Fotos: Flávia Sepúlveda

Raimundo Damasceno narrou a trajetória do NAB


Na sala lotada, a comunidade acadêmica
e representantes das empresas parceiras



Para o reitor Roberto Salles, NAB representa
crescimento da UFF com excelência



Durante visita guiada ao NAB, coordenador
apresenta uma das pesquisas
desenvolvidas no núcleo


UFF inaugura Núcleo de Estudos em Biomassa e Gerenciamento de Águas
19/3/2014
Renata Cunha

A UFF acaba de ganhar um centro de excelência em pesquisa e desenvolvimento na área de produção de petróleo e biocombustíveis. Trata-se do Núcleo de Estudos em Biomassa e Gerenciamento de Águas (NAB), inaugurado na noite de terça-feira, 18 de março, no Campus da Praia Vermelha, em Boa Viagem, Niterói.

O reitor da UFF, Roberto Salles, presidiu a mesa solene do evento, formada pelo gerente da Rede de Águas da Petrobras, Claudio Furtado, pelo gerente de Tecnologia de Otimização de Operações e Logística da Petrobras, Luiz Augusto Levez, pelo diretor administrativo-financeiro da Fundação Euclides da Cunha (FEC), Murilo César Ramos, e pelo coordenador do NAB, Raimundo Damasceno.

Diante de um auditório lotado, Damasceno apresentou um histórico da criação do núcleo, destacando o envolvimento dos ex-reitores e do atual gestor, Roberto Salles. O coordenador do NAB definiu a inauguração como a concretização de um sonho.  “A conclusão desse projeto envolveu a paixão e o suor de muitas pessoas. O NAB é um monumento com alma, não partiu de uma planta fria, foi feito artesanalmente. Tudo foi discutido e produzido a partir de um conceito do arquiteto Gustavo Martins, hoje professor da Escola de Arquitetura e Urbanismo”, narrou, acrescentando que o NAB foi escolhido pela revista Projeto Design como um dos melhores projetos do Brasil do ano passado da área de arquitetura e desenvolvimento em escolas e centros de pesquisa. Damasceno contou ainda que foram considerados quatro conceitos fundamentais: a viabilidade econômica, a funcionalidade, a sustentabilidade do ponto de vista ambiental, e o design arquitetônico.

Remetendo aos antigos filósofos, criadores das bases do conhecimento acadêmico, o coordenador do NAB descreveu à plateia o simbolismo dos pilotis e marquises que sustentam a edificação construída às margens da Baía de Guanabara. “Esse prédio singular reflete uma filosofia própria. Quando entramos no prédio, sentimos generosidade, acolhimento, firmeza e solidariedade. Projetando o olhar na direção da Baía, percebemos que olhamos ao infinito com os pés no chão”.

Em seu pronunciamento, o reitor Roberto Salles defendeu que o foco do NAB seja a produtividade. “Uma universidade com um prédio desse porte, que se predispõe a realizar pesquisa na área de petróleo, tem que apresentar bons resultados. Para isso é preciso trabalhar com equipes multidisciplinares e aproveitar o Programa Ciência sem Fronteiras para trazer pesquisadores renomados do exterior para passar um tempo aqui na UFF. É muito salutar, engrandece o nome da universidade e proporciona um aprendizado mútuo, tanto para termos o ensinamento dessas pessoas de renome, quanto para mostrarmos o que fazemos aqui, com a nossa cara”.

Para Salles, a universidade tem que se sustentar na força da graduação, da pesquisa e da pós-graduação, com produção e publicação acadêmicas e com a extensão levando à sociedade o resultado do elo entre as áreas. “Acredito na vontade dessa equipe e acho que teremos resultados para colocar a universidade no patamar que esperamos que ela permaneça. Espero, no horizonte de quatro anos, ver a UFF entre as cem melhores universidades do mundo. Para isso estamos hoje plantando as bases. O mote é crescer em excelência”, afirmou o reitor.

O gerente da Rede de Águas da Petrobras, Claudio Furtado, lembrou a trajetória de cooperação da estatal com a universidade em áreas como geoquímica, geofísica e meio ambiente e ressaltou a satisfação da empresa em ver mais um projeto concluído. “Não estamos simplesmente inaugurando um prédio, vemos esse evento como a ampliação da parceria de trabalho com as universidades. Somos parceiros no desenvolvimento de soluções e estamos aqui para atender a uma demanda da sociedade, que é a de prover soluções tecnológicas que visem ao bem do nosso país”. 

Já o gerente de Tecnologia de Otimização de Operações e Logística da Petrobras, Luiz Augusto Levez, remeteu-se à formação das Redes Temáticas, estabelecidas pela Petrobras a partir de 2006, sob coordenação do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). O gerente explicou que as redes são baseadas em núcleos de excelência e as convidadas a participar dessa rede, como a UFF, são consideradas universidades de ponta.

Representando a presidente da FEC, Miriam Lepsch, o diretor administrativo-financeiro Murilo César Ramos agradeceu pela oportunidade de a fundação atuar na intermediação entre a universidade e as empresas. “Ter participado do gerenciamento administrativo-financeiro desse projeto nos deixa honrados. É um momento muito importante para a FEC”, avaliou o diretor.

Mais sobre o NAB

Financiado pela Petrobras, o Núcleo de Estudos em Biomassa e Gerenciamento de Água (NAB) é dotado de infraestrutura técnico-científica para atender a demandas de gerenciamento de águas para utilização durante a produção petrolífera, especialmente da camada do pré-sal. São onze laboratórios, duas salas multifuncionais, uma oficina de mecatrônica, um almoxarifado de reagentes químicos e um grande salão multiuso, que funcionará como auditório e espaço para seminários e eventos de maior porte. O prédio possui um sistema de comunicação e som, teleconferência (webex), rede de voz e dados e internet de alta velocidade. Segundo o coordenador, o núcleo contará em breve com uma rádio web, a rádio NAB, que poderá ser ouvida no mundo todo.

As pesquisas estarão concentradas na previsão, prevenção e tratamento das incrustações – entupimento parcial da tubulação pela deposição de sais em sua parte interna – e das corrosões da tubulação por agentes químicos agressivos presentes na mistura da qual faz parte o petróleo. Para isso, os pesquisadores do NAB sintetizarão substâncias inibidoras de incrustação e corrosão, com a participação de pesquisadores do Cenpes, da Petrobras.

A logomarca do núcleo, elaborada por Rosa Benevento, professora aposentada do Instituto de Artes e Comunicação Social (Iacs), também foi permeada pelo conceito dos trabalhos desenvolvidos pelo NAB. A logo remete ao ciclo do petróleo, representada por cinco elementos: sol (amarelo), plantas (verde), terra (laranja), mar (azul) e petróleo (preto). “É um símbolo cinético, a espiral é aberta, não é fechada em si, quer dizer que o NAB é como um sistema de fronteiras abertas, tem movimento e está preparado para crescer sempre”, frisou Raimundo Damasceno durante a inauguração. Após o evento, o coordenador conduziu uma comitiva de convidados em visita guiada às instalações do NAB.








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