Projeto da UFF leva acessibilidade para atendimento de deficientes visuais em supermercado
19/11/2013
Luiza Gould
Eles são 35,7 milhões no país, segundo dados do senso do IBGE de 2010. Apesar de não enxergar, muitos deficientes visuais escolhem manter uma vida independente e ir às compras em um supermercado é um dos desafios rotineiros. Percebendo isso, uma professora de engenharia do Polo de Volta Redonda e seus alunos criaram um projeto inovador que ensina os funcionários desses estabelecimentos abordarem adequadamente os deficientes visuais.
Coordenado pela professora da UFF, Nathalia Melo, o projeto nasceu em um trabalho de conclusão da disciplina “Embalagens para produtos agroindustriais”, apresentado por um graduando. Em sua primeira fase, contou com a confecção de uma cartilha com dicas de atendimento em supermercados para os portadores de deficiência visual. Atualmente, está na etapa de apresentação do manual nos estabelecimentos de Volta Redonda. Duas empresas já receberam a equipe para as orientações aos seus atendentes.
Com a cartilha, os funcionários conhecem dicas que vão desde o uso do tom normal de voz com o deficiente visual até a orientação de como guiá-lo, oferecendo o cotovelo ou o ombro para que ele se apoie. Dentre os pontos apresentados estão ainda: se prontificar a ajudar ao ver um deficiente visual; ter o cuidado de tirar obstáculos do caminho e alertar se houver objetos cortantes; informar sobre as promoções e ofertas; ouvir atentamente o pedido do cliente e trazer o solicitado; ser exato ao indicar direções; perguntar ao deficiente o que ele necessita e não ao acompanhante; conduzi-lo ao início das filas e até a saída do supermercado, além de nunca brincar com o cão guia.
Confira aqui a cartilha na íntegra
Segundo Nathalia, os funcionários passaram a se sentir mais seguros para abordar e ajudar os deficientes visuais nos supermercados. A engenheira de alimentos faz uma balanço positivo da experiência: “Com o projeto, percebemos que se a própria empresa der estrutura, e ao se preocupar com essa questão, conquistará mais consumidores, além de conseguir fidelização. Então, os dois lados saem ganhando”, comenta a professora.