Seminário sobre Indicadores do Milênio é realizado na Faculdade de Economia
14/8/2013
Luiza Gould
A pesquisa pioneira sobre o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), fruto da parceria entre a UFF, a Petrobras e o Escritório Regional para América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), começou a ser apresentada nesta quarta-feira, 14 de agosto, na Faculdade de Economia.
O seminário nacional “Monitoramento dos Indicadores Socioeconômicos dos Municípios do Entorno do Comperj”, teve hoje sua abertura com a presença de diversas autoridades e já contou com a apresentação de duas mesas-redondas: uma sobre uso e cobertura do solo e outra sobre as áreas da educação e da saúde nas cidades do entorno do empreendimento petroquímico.
O evento tem o objetivo de apresentar os indicadores analisados entre os anos de 2000 e 2012 que servirão de referência ao governo na elaboração de políticas públicas para inserção da região em um processo de desenvolvimento sustentável. A partir dos dados coletados, será constituído um banco de dados georreferenciados com informações socioeconômicas e ambientais sobre a região assim como o desenvolvimento de competências locais e regionais.
O Comperj é um empreendimento da Petrobras que abrigará em uma área industrial derivados do petróleo e produtos petroquímicos. Localizado em Itaboraí, o complexo está em construção e promete ajudar no desenvolvimento da região do Leste Fluminense.
Os municípios que compõem essas regiões são o alvo da pesquisa relativa aos indicadores sociais, cujos resultados agora começam a ser conhecidos. No total, são 62 indicadores, dentre as áreas de saúde, educação, saneamento básico e água potável, habitação social, regularização fundiária e uso e ocupação do solo.
Participaram da mesa de abertura deste primeiro dia de seminário o reitor Roberto Salles, o diretor da Onu-Habitat, Elkin Velasquez, o gerente de Divulgação do Negócio do Comperj, Daniel de Abreu, o diretor executivo do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste Fluminense (Conleste) e secretário de Trabalho e Renda de Itaboraí, Álvaro Adolfo, e o vice-prefeito de Niterói, Axel Grael.
Primeiro a falar, Abreu reiterou o reconhecimento por parte da Petrobras de, em conjunto com as suas ações, contribuir para as políticas públicas e afirmou: “A Petrobras não está construindo esse empreendimento apenas para si, mas para o município, para o estado e para o país”.
Velasquez citou, por sua vez, uma contribuição dos estudos sobre os indicadores para os outros países e considerou a experiência inovadora. “O que observamos aqui servirá como exemplo para todo o mundo”, resumiu.
Grael reafirmou essa inovação em seu discurso: “Quando conheci o projeto de impacto ambiental do Comperj, esse estudo foi considerado o maior já feito a respeito do tema”. O vice-prefeito de Niterói destacou também preocupações com o empreendimento, como a poluição da Baía de Guanabara e a necessidade de criar uma estrutura para receber o contingente populacional que passará a morar nas cidades do entorno quando vier em busca de emprego.
Por fatores como esses possíveis impactos, o diretor do Conleste, Álvaro Adolfo, ressaltou a importância de se pensar nesses municípios do entorno em seus mais diversos aspectos e a característica positiva de ter a UFF como parceira. “Esse trabalho, que se iniciou em novembro de 2007 por meio um convênio entre Petrobras e UFF, com o apoio da ONU-Habitat, é fundamental para os municípios, porque esse monitoramento se torna georreferenciado, seja nas informações socioeconômicas, de saúde, educação ou cobertura florestal, enfim, de todos os ramos. Esse cruzamento de dados se torna muito mais fácil quando temos uma universidade como a UFF, que não se coloca numa ‘torre de marfim’. Todo esse conhecimento acumulado, tecnológico e científico, está a serviço da comunidade. É essa integração que um trabalho desses demonstra”, afirmou.
O reitor Roberto Salles agradeceu a presença de representantes das 11 cidades do entorno do Comperj e concluiu que o projeto contribui para a própria formação acadêmica. “A parceria poderia ter sido feita com uma empresa privada colhendo esses dados. Mas não teria o mesmo resultado que o feito com a universidade e a ONU, porque além da colheita de informações e do repasse delas para os municípios, estamos envolvendo muitos professores e alunos, o que dá um caráter diferenciado, acadêmico para o projeto e que estimula a aprendizagem”, disse.
- Confira aqui a programação do seminário que continua nesta quinta-feira.