Seminário discute produção científica sobre o tratamento da esquizofrenia
23/4/2013
A esquizofrenia é um sério transtorno mental no qual o paciente apresenta alteração no
contato com a realidade, manifestada principalmente por meio de delírios e alucinações. Pode
também ocorrer um quadro de sintomas mais resistentes a tratamento, a pessoa perde a
capacidade de interagir com o ambiente, fecha-se em si mesma, apresenta olhar perdido e se
mostra indiferente a tudo o que se passa ao redor. O 5º Simpósio sobre Esquizofrenia, que
será realizado em 26 de abril, das 8h às 13h, no Auditório Aloysio de Paula, 2° andar do
Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), pretende promover o intercâmbio sobre a
moderna produção científica a respeito desse transtorno mental e revisitar o conceito na
comunidade acadêmica.
O simpósio contará com a participação de cinco especialistas da área e o foco da
discussão será a convergência entre a fenomenologia psiquiátrica e os atuais conhecimentos
da neurociência. A esquizofrenia será abordada do ponto de vista de autores clássicos, como
Minkowski, mas também serão contemplados trabalhos modernos como o do pesquisador e
professor da UFRJ Rogério Panizzutti, sobre o treinamento cognitivo computadorizado para a
esquizofrenia.
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 1% da população
mundial tenha esquizofrenia. De acordo com Ronaldo Victer, coordenador do simpósio, ainda
não se conseguiu chegar a um consenso sobre o que provoca esse transtorno mental (há
várias teorias) e a única certeza que se tem é de que as causas são complexas e multifatoriais.
Pessoas com parentes em primeiro grau esquizofrênicos, como pai e mãe, possuem 13% de
chance de serem portadores da esquizofrenia.
Ronaldo Victer afirma que o diagnóstico é relativamente fácil de ser realizado e que as
perspectivas terapêuticas têm melhorado bastante. Até alguns anos atrás, era difícil convencer
o paciente a se tratar; primeiro, porque ele não tinha consciência de seu estado real e,
segundo, porque a medicação tinha muitos efeitos adversos. A recaída era bastante comum
devido ao abandono do tratamento. Com o desenvolvimento de novos medicamentos pela
psicofarmacologia, mais bem tolerados pelo organismo, e a criação de terapias mais humanizadas aumentou a aceitação dos pacientes ao tratamento e sua continuidade, mesmo
depois que desaparecem os sintomas.
As inscrições para o simpósio são gratuitas e podem ser feitas até 26 de abril com envio
de e-mail para benitop@id.uff.br. Os interessados também podem inscrever-se pessoalmente
na secretaria do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental da UFF. São apenas 170 vagas
disponíveis e os inscritos receberão um certificado atestando sua participação. O Huap fica na
Rua Marquês do Paraná, 303, Centro, Niterói. Outras informações pelo telefone (21) 2629-9345.
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