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Rosane Fernandes

Bandejão do Gragoatá: 4.600 refeições por dia


Sem as refeições a R$ 0,70 do Bandejão, para muitos alunos seria impossível continuar os estudos


Da cozinha industrial, sofreram intervenção 550 dos 750 metros quadrados


O novo piso epóxi espatulado, para uso industrial, na cor bege, aumentou a luminosidade do ambiente
Bandejão do Gragoatá é remodelado: modernização, economia de 40% de energia e aumento da capacidade operacional
11/3/2010

Retificada em 17/3/2010

Com planejamento e uma força-tarefa que, em alguns momentos de pico, chegou a ter seis empresas, contratadas ou subcontratadas, trabalhando inclusive aos sábados e domingos, foi possível concluir a tempo as obras prioritárias do Restaurante Universitário (Bandejão) do Campus do Gragoatá, para que no dia 8 de março a cozinha entrasse em operação para o primeiro almoço do ano.

A cozinha industrial do Gragoatá, cujo projeto era de 30 anos atrás, precisava de muitas intervenções, visando dotar o ambiente das condições de segurança e higiene exigidas em legislação específica da Anvisa (Resolução nº 216/2004, que dispões sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação), para que estivesse apta a produzir as 4.600 refeições por dia, que hoje fornece.

Assim, explica o superintendente de Arquitetura, Engenharia e Patrimônio, Mário Ronconi, o que seria uma simples obra de adequação da área administrativa e de reparo nos pisos tornou-se uma remodelação geral, com a modernização e o aumento da capacidade operacional da cozinha.

Remodelação - Como explica o engenheiro de segurança do trabalho Antonio Fernandes Navarro, que acompanhou a obra, toda a tubulação de gás foi refeita; duas novas câmaras frigoríficas foram montadas, cada uma com capacidade para 27 metros cúbicos; revisados os painéis elétricos e os principais equipamentos da cozinha foram restaurados. Hoje são seis caldeiras, com capacidade para 600 litros cada; quatro fornos elétricos; um fogão de 10 bocas; duas lavadoras de bandejas (das que os alunos utilizam); quatro máquinas industriais cortadeiras de legumes; sete câmaras frigoríficas (cinco já existentes e duas instaladas agora); duas batedeiras industriais e duas bifeteiras estão sendo instaladas.

Além disso, afirma Navarro, foram automatizados os controles dos quatro fornos elétricos e a tubulação de gás foi refeita dentro de um novo projeto de instalação, de maneira a aumentar a pressão e diminuir as perdas ou gastos. Antes da obra, por exemplo, uma caldeira levava duas horas para cozinhar o alimento e hoje leva 50 minutos, afirma o engenheiro de segurança do trabalho.

Economia de energia - Essa modernização vai gerar uma economia de 40% de energia elétrica com as luminárias instaladas e de 30% com as novas câmaras frigoríficas. O novo piso, por exemplo, afirma Navarro, dispensa o uso de sabão e produtos químicos, bastando apenas vapor d'água.

E tudo isso foi feito no prazo de 40 dias, afirma o superintendente Mário Ronconi, de 14 de janeiro a 8 de março, reduzindo em um terço o tempo previsto inicialmente pelas empresas, pois os contratos que se apresentavam, inicialmente, eram de 120 dias de execução.

Estudantes comentam - E começar o ano letivo com a cozinha industrial funcionando era fundamental, pois, como diz Roberto Pestana, aluno do sexto período de Ciências Biológicas, "o Bandejão é importante para todos nós, facilita muito e diminui nossas despesas. Sem o Bandejão, seria impossível para muitos continuar os estudos. Almoço e janto aqui diariamente".

Alguns fazem até recomendações quanto ao cardápio, como Talitha Miriam, do terceiro período de Ciências Sociais. "Almoço e janto todos os dias aqui no Bandejão. A comida é muito boa e o preço bem acessível. Só acho que às vezes poderia ter mais tempero e as carnes mais assadas, mas é gostosa".

Há também sugestões de melhoria com impacto ambiental. "O Bandejão foi reaberto e continua com boa qualidade. Gosto da comida, almoço e janto aqui. Só tenho uma sugestão: acho que deveria ter uma conscientização de todos para cada aluno usar sua caneca. Isso diminuiria o consumo de copos descartáveis e ajudaria o meio ambiente", diz Luiz Fernando Coutinho, do sexto período de Ciências Biológicas.

Conservação, tarefa de todos - No entanto, segundo o engenheiro que acompanhou as obras, para que a universidade proporcionasse essa tranquilidade e satisfação aos alunos, foi preciso optar por soluções alternativas de materiais e metodologias e fazer um planejamento criterioso de execução, de modo que as equipes se sucedessem sem interrupção e sem que um trabalho prejudicasse o outro. Isto sem contar as obras de reparação contínua, como reforma de banheiros, móveis e jardins do entorno, diz Navarro.

"A UFF tem capacidade de construção e reparação", diz Antonio Navarro, "mas para que a universidade tenha boas instalações, todos – professores, funcionários e alunos – devem se comprometer com a conservação do patrimônio público". Os atos de vandalismo e os danos propositais, diz ele, causam muitas perdas.

"Nesta obra mesmo", afirma, "terminamos de consertar dois banheiros, um com quatro vasos e quatro pias (masculino) e outro com três vasos e três pias (feminino), e, no primeiro dia, 8 de março, duas horas depois da reinauguração, três torneiras estavam quebradas. Também no Bandejão B, dois bancos foram quebrados.

O engenheiro ressalta que todos devem zelar pelo patrimônio, tanto os usuários como os funcionários responsáveis pelo local, pois quanto mais cedo ele avisar do estrago, menor vai ser o custo do reparo.

UFF Notícias - Núcleo de Comunicação Social (Nucs)